Archive for 28 de setembro de 2009

Um fim de semana de ótimos shows

setembro 28, 2009

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É sempre bom ver os mestres em ação. Em uma época em que os Beatles voltaram ao topo das paradas, nada melhor do que testemunhar uma das figuras mais respeitadas e influentes do rock nacional. Frank Jorge, baixista e vocalista da Graforréia Xilarmônica e ex-Cascavelettes provou, na sexta dia 25, com quantos acordes se faz um ótimo show de rock gaúcho, esse estilo tão particular dentro da geografia nacional.

Frank privilegiou sua carreira solo no repertório, mas acertou em cheio ao rechear o show das melhores músicas de Carteira Nacional de Apaixonado, seu primeiro registro solo, de 2000. “Serei mais feliz (vou largar a Jovem Guarda)”, “Sensores Unilaterais”, “Não Recebo em Dólar”, “Nunca diga”, “Prendedor” e “Cabelos cor de jambo” ficaram perfeitas nos arranjos simples da banda, que contava com o também Graforréia Alexandre Birck na bateria.

Mas não há como negar que o grande momento da noite foi “Amigo Punk”, o clássico mor do rock gaúcho, interpretado com a ajuda do brasiliense Beto Só (que fez um show de abertura belo e melancólico). A força dos versos faz até quem não é gaúcho sentir uma saudade gostosa do Rio Grande do Sul. Frank ainda apresentou sua versão para “Time To Pretend”, do MGMT, cheia de frases simples e divertidas, como se fosse um Renato e Seus Bluecaps moderno (vídeo acima). No bis ainda houve espaço para “Eu”, também da Graforréia, a pedidos do público.

O melhor show do Brasil

Eu nunca vi um show ruim do Móveis Coloniais de Acaju – e olha que nas minhas contas já foram sete apresentações, cinco só neste ano. Não há uma vírgula para se criticar. Sábado, dia 26, na Clash, não foi diferente. É impressionante o domínio da banda sobre o público. Cada movimento de braço do vocalista André Gonzalez é respondido prontamente pela platéia que se aglomerava em uma pista completamente lotada. Tanta entrega de banda e público fez uma pequena vítima no show: o vocalista torceu levemente o tornozelo no palco e, mesmo assim, não parou de pular um segundo.

Reforçados pelo ex-baterista Renato, que substituía o atual dono das baquetas Coaracy, a banda apresentou todas as músicas de seu segundo CD, C_mpl_te, lançado em abril pela Trama e forte candidato a melhor do ano. Ao ver o show encerrar com a famosa roda em “Copacabana” não tem como não imaginar o estrago que os brasilienses podem fazer em seu show no Planeta Terra, em novembro. Não há muito o que falar, uma frase resume perfeitamente tudo que se viu na Clash – e nunca é demais repetir: o melhor show do Brasil.